domingo, 22 de janeiro de 2012

Fim de semana de chuva, reprogramação de atividades,que levam a novos caminhos: os meus foram atualizar minhas leituras, escrever, conversar com amigos queridos, trocando idéias, projetos, sonhos... misturando tudo, ficou uma reflexão sobre os desafios de continuar descobrindo caminhos eficazes para ajudar as pessoas a viverem com mais prazer, com mais esperança, a se tornarem senhores de sua vida. Estamos num mundo de muita violência, os episódios consecutivos de violência, entorpecem as pessoas. O Desafio de se descobrir criando novos caminhos deve ser um exercício diário para todos nós: Na vida afetiva, no trabalho, na família ... E o VIVER, precisa sempre de atualização.  Afinal, passamos a ter novas idéias, novos conhecimentos, novas pespectivas, novas descobertas, novos aprendizados,novas possibilidades de caminhos. Essa é sempre a argila que aprendo a manejar todos os dias para construir o meu viver, que me leva a continuar acreditando na força do amor, que leva a paz. Amor que leva a Paz, entendidos como cuidar bem de nós mesmos, dos outros e do ambiente. Que caminhos são esses? São muitos, estou em eterna  busca de novos caminhos, com mais de trinta anos de prática como psicoterapeuta clinica, um dos principais desafios é trabalhar para expandir o potencial amoroso das pessoas. Estamos em uma época de distorções, uma grande distorção é a questão dos limites, é preciso reaprender os valores do convívio: respeito, consideração, gentileza, solidariedade. Temos que criar momentos de convivio significativos, mesmo num dia a dia cheio de exigências, cheio de pressões, cheio de ameaças, se assim não for, não aprenderemos a gerenciar conflitos

Teomirtes Leitão


sábado, 21 de janeiro de 2012

TEXTO PARA REFLETIR _ MARIA TEREZA MALDONADO


“MAS TODO MUNDO FAZ!”, “MAS TODO MUNDO TEM!”



Esses são argumentos poderosos que os filhos utilizam, há algumas gerações, para testar os limites que os pais colocam. Muitos se sentem pressionados e cedem, temendo que os filhos sejam excluídos do grupo de amigos. Lembram-se de se sentirem humilhados e inferiorizados quando eram desprestigiados por seus próprios pares quando não tinham a mochila ou a calça da marca valorizada na época, com raiva dos pais que lhes negavam o acesso aos bens de consumo que representavam o passaporte de aceitação no grupo. E, agora, sofrem ao verem os filhos com medo de serem rejeitados e excluídos.
Dependendo da época, mudam os conteúdos, mas o processo é idêntico: roupas, tênis, mochilas e estojos de marca continuam sendo prestigiados na nossa sociedade de consumo, mas outros bens passaram a ser incluídos na lista: smartphones, iPads, iPods, entre outros. Após uma palestra em uma escola de classe média alta fui cercada por um grupo de mães preocupadas com suas filhas de dez anos que se sentiam excluídas do grupo por não estarem tão conectadas quanto as outras que se comunicavam por meio de aparelhos de última geração para combinar programas, disseminar fofocas ou trocar ideias: o computador e os telefones convencionais já eram considerados obsoletos como meios de comunicação. 
A pressão para fazer parte de uma rede de relacionamentos também é grande, burlando a lei da idade mínima: “Todos os meus amigos fazem parte, só eu vou ficar de fora? Vou ser discriminado!” argumenta o menino de nove anos, ansioso por divulgar as fotos da viagem de férias, sem a menor noção dos riscos envolvidos pela superexposição de informações sobre a vida pessoal.
Em seu livro Vida para consumo, o sociólogo Zygmunt Bauman, profundo estudioso da sociedade contemporânea, diz que vivemos em uma sociedade que estimula a nudez física e psíquica. Por conta  disso, as pessoas passam a expor detalhes de sua vida privada em público.
“Se eu posso dar o que eles pedem, por que não?”, questionavam algumas mães temerosas de frustrar desejos imperativos por objetos considerados indispensáveis. “Mãe, quando você era criança essas coisas nem existiam, mas agora não dá para viver sem isso!”. E o que fazer com a preocupação de ver os filhos excluídos do convívio por não trocarem mensagens o dia todo pelos smartphones? O bullying manifestado pela exclusão dos que não possuem os objetos considerados essenciais é uma realidade em muitas escolas, revelando as práticas discriminatórias presentes na sociedade que despreza quem “tem menos”, mesmo que “seja mais” (inteligente, interessante, solidário, entre outras qualidades pessoais).
“Você não é todo mundo!”;“ Eu não sou todos os pais que deixam os filhos terem ou fazerem o que você está querendo!” – estes são os argumentos tradicionais que os pais apresentam para reforçar o “não”. Mas o desafio precisa prosseguir para incluir uma reflexão crítica sobre o consumismo e o fortalecimento de recursos para que a criança consiga se incluir nos grupos mesmo sem os objetos de desejo cultuados. A simples posse desses objetos não garante a inclusão no grupo, até porque rapidamente estes são substituídos por novos modelos, tornando o anterior (e o seu dono) descartável.  
Convidei esse grupo de mães preocupadas a imaginar uma situação infelizmente cada vez mais comum já no início da adolescência: “Pai, se não tiver cerveja na minha festa de aniversário, ninguém vai aparecer!” “Todos os meus amigos dirigem o carro dos pais com quinze anos, por que vocês não deixam que eu aprenda logo de uma vez?” E, então, nessas situações desafiantes, os pais vão ceder aos desejos dos filhos para que eles sejam supostamente aceitos pelo grupo mesmo que isso envolva riscos e ações impróprias para a idade? É bom saber que, no cérebro adolescente, a percepção de risco e a capacidade de autoproteção ainda estão em construção. É igualmente importante lembrar que os pais são amorosa e legalmente responsáveis pelos seus filhos.
Mais importante do que ceder aos desejos do filho é convidá-lo a desenvolver a inteligência dos relacionamentos. Como pode convencer os amigos de que vale a pena irem à sua festa de aniversário mesmo sem bebidas alcoólicas? Como continuar sendo aceito pelos amigos quando recusa as drogas que passam a circular livremente entre eles? Como desenvolver recursos pessoais para construir uma sólida auto-estima e se apresentar como uma pessoa de valor mesmo sem usar roupas e acessórios de marcas prestigiadas? Aprender a transitar entre a necessidade de pertencer a um grupo e o trabalho de construir uma identidade pessoal fundamentada na ética do ser é uma das grandes conquistas do desenvolvimento de todos nós.


Texto de autoria da psicanalista Maria Tereza Maldonado

domingo, 8 de janeiro de 2012

Fábula


Era uma vez uma mulher que se mudou para uma caverna nas montanhas para aprender com um guru. Ela disse a ele que queria aprender tudo que havia por saber. O guru entregou-lhe pilhas de livros e deixou-a a sós para que pudesse estudar. Todos as manhas, o guru ia à caverna para inspecionar o progresso da mulher. Ele levava na mão uma pesada vara. Todas as manhãs, fazia a ela a mesma pergunta:

- Já aprendeu tudo?
Todas as manhãs, a resposta dela era a mesma:
- Não, ainda não.

O guru então batia com a vara na cabeça dela.
Isso se repetiu por meses. Um dia, o guru entrou na caverna, fez a mesma pergunta, ouviu a mesma resposta e levantou a vara para bater da mesma forma, mas a mulher agarrou-a antes que tocasse sua cabeça.

Aliviada por evitar a surra do dia, mas com medo de represália, a mulher olhou para o guru. Para sua surpresa, o guru sorria.
- Parabéns, disse ele.
- Você se formou. Você agora sabe tudo que precisa saber.
- Como assim? – Perguntou a mulher.
- Você aprendeu que nunca saberá tudo que há para saber, respondeu ele. E aprendeu como parar a sua dor.

(Essa fábula terapêutica está no 
LIVRO CO-DEPENDENTES, de Melody Beattie)


OBS: Colaboração de Magaly Ferreira