quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Comportamentos cujos sentidos já desapareceram e sua influência em nossas vidas

Um repórter norte americano deslocou-se para a Índia, com a intenção de avaliar o resultado da implementação das medidas inovadoras adotadas pelo Governo. Entre tais medidas,havia a de que todas as fábricas com mais do que um certo número de funcionários ficavam obrigadas a incluir uma creche entre suas instalações. O repórter, visitando uma dessas creches, ficou inicialmente impressionado pela qualidade da mesma, era uma fábrica localizada em uma pequena cidade. A creche era enorme, limpa, impecável, tudo de excelente qualidade, mais  ele com seu faro profissional, percebeu que algo estava errado, na creche havia  apenas 2 crianças.
- Por que? - perguntou ao guia
-Bem- foi a resposta constrangida -, na verdade, embora haja falta de empregos, após a instalação dessas creches, quando grávidas, a maioria das operárias abandona o emprego.
Mas por que?-insiste o repórter.
-Bem - segue o guia ainda constrangido-, acontece que o povo aqui é muito fiel a costumes e tradições. E diz a tradição que, durante o primeiro ano de vida, a criança deve ficar vestida com restos de roupa mais velha e esfarrapada do pai e não tomar nenhum banho. Isso para protege-la contra a inveja dos deuses, que, se vêem uma criança limpa e bem vestida, podem querer levá-la para si. Por isso, depois da instalação das creches, onde as crianças são forçadas a tomar banho e trocar de roupa, a maior parte das mulheres, mesmo antes de parir, abandonam o trabalho. O repórter atribuiu a origem desse comportamento a épocas remotas, em que os membros da nobreza local, ao passar pelas aldeias, vendo crianças vigorosas e bonitas, arrogavam-se no direito de as sequestrar. Manter as crianças sujas e maltrapilhas, em algum tempo do passado, tivera sentido: Era, então,uma maneira empregada para evitar tal sequestro. Essa forma de agir passou por uma redefinição no inconsciente coletivo, sendo transferida para um sentido religioso, o medo dos nobres foi sublimado para o temor aos deuses -,fazendo com que as operárias hindus, em pleno séc XX, abandonassem um precioso emprego, para impedir que, em creches de uso obrigatório, seus filhos ficassem asseados e bem vestidos. E as crianças, devidamente protegidas contra a ambição dos deuses, ficassem cruelmente entregues á impiedosa sanha dos micróbios.
E, nós a que "micróbios" estamos submetidos, por não fazermos a redefinição de conceitos oriundos de situações que já não existem? Que situação da nossa vida encontra-se travada por falta de uma reconfiguração? Como fazer uma reconfiguração? Seja qual for a situação estagnada que existir em sua vida, ou que traga desconforto, gerando perdas de qualidade de vida, se faz necessário uma "escuta" de seu "eu, para que, assim possa ser renomeada através do pensar, falar e agir. Três palavrinhas mágicas, que nos transportam para a nossa "estradinha particular", sem transferir a responsabilidade dos buracos apenas aos "políticos", as "chuvas", enfim para o outro ou o externo, com esse enfrentamento, construimos em nossas vidas, a verdadeira capacidade de CONVIVER - AMAR  e SER.
    

sábado, 17 de setembro de 2011

SER VITORIOSA

Hoje, me reporto a essa belíssima canção de Ivan Lins, para traduzir a beleza de ser e viver. A vida é maravilhosa, quando percorremos as infinitas possibilidades que nos proporciona. Essa música é tema de uma estradinha, onde o mundo é meu, e eu o pinto de azul, vermelho, dourado.Trago as estrelas do céu e ponho no mar azul.Passear por essa estradinha torta, segurando as mãos de alguém, e falar sem dizer uma palavra sequer. SER VITORIOSA!

A VIDA PODE SER MARAVILHOSA........ A VIDA È ....

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SER

Estava relendo um livro de Rubens Alves, que maravilha é ler um texto, deixar passar o tempo ( no caso desse livro, foi longo o tempo passado, 11anos), rsssss , a maravilha está em perceber as mudanças,que esses esses 11 anos provocarão. Nessa releitura, algumas coisas tem novo significado, um novo brilho, outras que brilharam antes, parecem bobagens hoje, e algumas permanecem encantadoras. Para mim, esse é o verdadeiro sentido da vida: essa dança continua e harmoniosa, provocada pela bela música dos ventos que nos renovam, transformam, levam folhas secas,deixam algumas raízes intactas, e ate mesmo uma simples e aparentemente  folhinha frágil,  pode permanecer no mesmo lugar.
um trecho em especial , passado desapercebido na primeira vez, me encontrou de uma forma diferente, foi como se um amigo especial, sentasse ao meu lado de forma acolhedora, e por essa razão resolvi transcrever esse pequeno trecho, é uma citação que aparece em um artigo de Rubem Alves "o batizado" A citação é do livro Raízes Negras, sobre o ritual de "dar nome".
   Omoro, o pai, moveu-se para o lado de sua esposa, diante das pessoas da aldeia reunidas. Levantou então a criança e, enquanto todos olhavam, segredou três vezes nos ouvidos do seu filho o nome que ele havia escolhido para ele. Era a primeira vez que aquele nome estava sendo pronunciado como nome daquele nenenzinho. Todos sabiam que cada ser humano deve ser o primeiro a saber quem ele é. Tocaram os tambores. Omoro segredou o nome no ouvido de sua esposa,que sorriu de prazer. A seguir foi a vez da aldeia inteira:"O nome do primeiro filho de Omoro e Binta Kinte é Kunta!" Ao final do ritual, após desenvolvidas todas as partes, Omoro, sozinho, carregou seu filho até os limites da aldeia e ali levantou o nenenzinho para os céus e disse suavemente:"Fend kiling dorong leh warrata ke iteb tee!: "Eis aí, a única coisa que é maior que você mesmo!"
Iluminada essa citação, nosso nome, nossa identidade, o inicio do projeto maravilhoso de "sermos", se dá, no amor, daqueles que pensaram em nos, antes mesmo que existissimos, porque a existência vem do amor compartilhado em um momento de encontro, vem do desejo, de duas pessoas, que nos batizam com um nome,nosso registro de amor, que nos leva a ser o que somos.
Finalizo, com o desejo, de que se multipliquem os Omoros e Binta, e, assim, crianças geradas e nutridas pelo amor, sejam bem vindas. Quem vem do amor, da partilha, recebe um nome: "CAPACIDADE DE SE RECRIAR,NAS ALEGRIAS E DORES DA VIDA"

Teomirtes Leitão

domingo, 11 de setembro de 2011

CONVERSAS SOBRE O VIVER: Medo e Incerteza

CONVERSAS SOBRE O VIVER: Medo e Incerteza

Medo e Incerteza

Vivemos ás voltas com o medo e a incerteza, que  recebem sua cota de alimentação na onda de violência. Um verdadeiro tsunami varrendo as ruas de nossas cidades, dentro das escolas, ate em nossas casas. È um tempo de guerra, não sabemos quando vamos ser atacados, as balas podem vir de qualquer lugar, e nem temos trincheiras para nos abrigar. O tsunami é um desastre natural.Uma onda gigante gerada por distúrbios sísmicos, que possuem um enorme poder destrutivo quando chegam a região costeira. A palavra vem do japonês Tsu(porto, ancoradouro)e nami (onda,mar).
A violência é um desastre não natural. Uma onda gigante gerada pelo enfraquecimento da família, quando falo em família, quero me reportar, a que cuida,educa, põe limites, dá colo, protege, acolhe.Quando perde esse sentido, provoca um abalo, que não é sísmico, mais moral, ético, afetivo,que geram ondas de enorme poder destrutivo:A VIOLÊNCIA.
A família tem que ser "porto", "ancoradouro", para segurar a onda gigante da violência, que habita no coração humano. Precisamos acender a luz do nosso coração,para iluminar esse caminho de volta, precisamos voltar a enxergar o amor, a bondade, solidariedade, esperança, acender nossa luz interior, guiando para fora das trevas nossas famílias, a fim de que possa identificar o caminho do coração e segui-lo.È nossa responsabilidade,acordar a esperança, o amor, a família de verdade.È a nossa chance de ver a vida com outros olhos, e vivê-la fortalecidos no AMOR/FAMÍLIA,convivendo com o medo e a incerteza naturais do viver, e não provocados pelo estado de guerra que nos trazem a violência cotidiana.
Teomirtes Leitão

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ANSIEDADE EM CRIANÇAS

Crianças também podem ser dominadas por sentimentos de "gente grande".   Na verdade, as crianças em certos momentos de suas vidas, enfrentam os medos.Muitas vezes elas não têm todos os meios para enfrentá-los, nem para expressá-los. Elas precisam dos  pais para ajudá-las a enfrentar esses medos.Em geral, a ansiedade em crianças é normal. É uma reação saudável contra o perigo Os sintomas muitas vezes são os mesmos que em adultos: mudanças de comportamento, problemas de sono, a frequência cardíaca elevada estão incluídos.  Mas a criança não reage como os adultos e essa reação depende de seu estágio de desenvolvimento.Ficando atentos  é que se pode entender o que está acontecendo em sua vida, a fim de identificar corretamente a fonte de ansiedade.e “traduzir” para elas, ou seja, nomear para ela de forma acolhedora, as “razões” desses medos. A ansiedade desaparece, quando o medo vai embora, e ele vai embora, quando o compreendemos.  
Ansiedade de separação
Todas as crianças passam por estágios normais de desenvolvimento em que a ansiedade está presente. A primeira começa com a idade de 8 meses . Seu bebê de repente começa a reagir mais ou menos fortemente a sua ausência (se você estiver fora do campo de visão dele . É a ansiedade de separação. . Este é um marco no desenvolvimento da criança. O Bebê passa a perceber que é uma pessoa separada de seus pais e que eles podem "desaparecer".
Temos de ajudar o bebê a lidar com esta nova realidade. Quando você precisa deixa-lo, você deve da um tom tranqüilizador a essa saída, falando para a criança o que vai fazer.. As crianças aos poucos entendem que a mãe e o pai sempre acabam voltando, eles existem mesmo se já não pode vê-los Enganar, ou sair escondido para evitar choros, só aumenta o medo  Este período pode se estender por vários anos durante o qual a criança vai viver o medo da separação em ondas.
Os pesadelos e os medos
Em torno da idade de 3 ou 4 anos, a criança começa a ter pesadelos e mostrar algum receio que os adultos são tentados a descrever como irracional. O seu filhotem medo de sombras em seu quarto, o monstro debaixo da cama ou no armário. Ele também acorda durante a noite, entra em pânico depois de um sonho assustador.  Medo para a criança é real. Portanto, devemos evitar ou minimizar a razão.  Em vez disso, tentar tranquilizar e ouvir a criança, ajuda.Você olhar debaixo da cama com ele, por exemplo, ou deixar pendurado na cama dele um amuleto da sorte para "caçar os sonhos ruins, pode também deixar uma pequena luz no em seu quarto. Assim, eles são incentivados a expressar-se e  isso fortalece o vínculo de confiança entre ele e nós.
Outras causas da ansiedade

Em qualquer idade, a criança pode sofrer de ansiedade mudança, por exemplo( de sono,comportamento perturbado, ele é mais agressivo, agitado ou parece triste)  Às vezes é fácil identificar a situação que causa ansiedade (família,brigas, morte, . Muitas vezes, é bom investigar para compreender e ajudar. A qualquer momento, falar com ele. Pergunte-lhe, perguntas podem ajudá-los a colocar em palavras suas emoções.. Acima de tudo, ouvi-la sem tentar encontrar soluções.Uma mudança de escola ou creche, um jogo decisivo  pode ser a fonte de seu desconforto. Seu filho também pode ser perturbado por eventos externos, se forem expostos a jornais ou noticiários. Se nenhum evento externo parece estar envolvido, talvez a nossa própria ansiedade ou estresse que a criança  sente, se  for isso, não sinta-se culpado nem tente remediar a situação.
Quando a ansiedade se torna um problema
Vimos,que a ansiedade é normal. Contribui para o ajustamento da criança e às vezes pode impedi-los de correr riscos desnecessários.  Mas em alguns casos, pode se tornar um problema significativo.  Se a sua ansiedade o torna incapaz de funcionar normalmente e que sua condição perturba a vida de toda a família, é possível que ele sofra de transtornos de ansiedade. Segundo a Fundação de doença mental, um terço da população seria afetada. A ansiedade generalizada, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo são todos tipos de transtornos de ansiedade. Suas causas são múltiplas e complexas e podem resultar tanto das predisposições hereditárias como de fatores psicológicos.consulte um médico se:
  • A ansiedade interfere com as atividades da família
  • A  Ansiedade impede a criança de fazer amigos
  • A Ansiedade atrapalha o sono
     . A Ansiedade torna-se uma desculpa para não ir à escola
  • A ansiedade leva a um comportamento compulsivo
  • A ansiedade leva à extremo medos ou fobias

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

VIAJANTE

 O desejo de conhecer o que se esconde do outro lado do meu "EU", me levou a ser uma viajante. E, nas inúmeras viagens que fiz, buscando conhecer territórios desconhecidos de mim, fui aprimorando a capacidade de ver o universo nos olhos dos outros, foram viagens curtas, outras longas, abrindo mão do conforto das minhas certezas ,e da segurança do que era familiar, ficando receptiva ao "estrangeiro", que o outro trazia. Para ser viajante, é necessário se entregar ao que esta acontecendo e, ao mesmo tempo, abrir mão da sua bagagem pessoal, é necessário ter um interesse real pelo o outro, pelo novo que ele traz, é tornar-se parte do cotidiano dessas pessoas, aceitá-las como são, sem prejulgamentos.Cada vez que você, segue em frente, nessa busca do seu eu, através do outro, nos tornamos mais maduros e seguros. A vida do viajante, é um encontro diário com as infinitas possibilidades de aprendizagem,uma das mais belas é aprender a lidar com as diferenças, porque no emaranhando das diferenças, existe um sonho comum, que é amar e ser amado, e ter uma vida com mais alegrias que tristezas. Aprendemos a olhar além de nos mesmos, de nossa pequenez,e até mesmo descobri-las nos livra do conforto limitante, de nosso eu cheio de certezas dogmáticas. Ser viajante é experimentar momentos emocionantes, em que nos defrontamos com a aventura, a solidão, a alegria, e seguimos adiante, mesmo quando o que encontramos nos faça sangrar de dor, e sintamos vontade de retroceder.  Ser viajante, é assumir riscos, mais é também sentir paz de espírito, é nos tornar-mos melhores, mais fortalecidos e felizes, embora não nos imunize contra a dor, ou o medo, ainda bem, senão perderíamos a capacidade de ser "Gente".
Teomirtes Leitão